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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Sobre sonhos e planos de voo

Garry Winogrand

Sonhei contigo essa noite. Estávamos no meu carro, eu dirigia por uma estrada reta, com muitas subidas e descidas. O destino era uma praia qualquer, e na verdade o destino não me importava. Eu só não queria acordar, não queria que a estrada terminasse.

Você tinha me puxado pela mão e dito "vamos", e você nunca me puxou pela mão antes desse sonho. Voltei ao ponto em que sonhar contigo tem sido minha única diversão, minha fuga de tudo que é real, meu contato com um mundo paralelo em que a gente pode e quer estar perto.

O que eu sinto por ti me faz sorrir, é diferente de paixão, ou amor. É tudo que existe de mais incerto, platônico e perdido pra mim. E talvez por isso mesmo me faça sorrir. Sorrisos bobos e sorrisos maliciosos, daqueles que arrepiam o pescoço.

O que há de mais concreto na minha vida agora é a caixa d'água da casa dos meus pais. Tenho uma passagem só de ida, e, além disso, não tenho planos de viagem ou de fuga. Ou de voo. Eu nunca tenho um plano de voo. Mas queria te levar comigo.

  • para ler ouvindo: Dead Sea - The Lumineers
Like the dead sea,
You told me I was like the dead sea
You'll never sink when you are with me,
Oh Lord, like the dead sea
Woah I’m like the dead sea,
The finest words you ever said to me
Honey can't you see,
I was born to be, be your dead sea




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